Gerente de Projetos
Por: Daniela Moreira – VOCÊ S/A
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Facilitação Gráfica Max Ribeiro |
Construir uma plataforma de petróleo, colocar um estádio de futebol de pé, fabricar um novo modelo de avião, levar ao ar um novo software corporativo. A rotina de um gerente de projetos inclui tarefas tão complexas e abrangentes como essas. É ele quem garante que tudo será entregue no prazo prometido, dentro do orçamento previsto, utilizando os recursos certos e com o mínimo de risco possível.
Em tempos de crescente pressão para se fazer mais com menos, a demanda por esse profissional esta em alta no mundo todo. De acordo com o PMI – Project Management Institute, associação que reúne e certifica profissionais no setor, serão criados 13 milhões de novos postos para gerente de projetos globalmente até 2020.
Com a Copa e as Olimpíadas no horizonte, reservas de petróleo no pré-sal a serem exploradas e obras de infraestrutura a todo vapor, o Brasil ostenta uma constelação de projetos a serem entregues. O pais tem a quinta maior demanda por gerente de projetos do mundo. Nos próximos sete anos serão necessários mais de 1,3 milhão de profissionais para dar conta do recado. “O capital investido nesses projetos é altíssimo e qualquer falha representa um prejuízo enorme,” diz Ricardo Triana, vice-presidente do conselho diretivo do PMI.
Diante de tanta responsabilidade, a recompensa é alta. O salário médio de um gerente de projetos no
Brasil, segundo levantamento do PMI, é de 12 000 reais mensais. De acordo com a
consultoria de recrutamento Michael Page, os contracheques variam de 8 000 a 18
000 reais, em média, mas é possível encontrar profissionais ganhando até 50 000
reais. “O que determina o valor é a experiência da pessoa e o quanto ela pode
trazer de retorno para a empresa”, diz Lucas Toledo, gerente executivo da
Michael Page. “Em um grande projeto, como uma mina, por exemplo, uma entrega
antecipada significa uma economia de milhões.”
Brasil, segundo levantamento do PMI, é de 12 000 reais mensais. De acordo com a
consultoria de recrutamento Michael Page, os contracheques variam de 8 000 a 18
000 reais, em média, mas é possível encontrar profissionais ganhando até 50 000
reais. “O que determina o valor é a experiência da pessoa e o quanto ela pode
trazer de retorno para a empresa”, diz Lucas Toledo, gerente executivo da
Michael Page. “Em um grande projeto, como uma mina, por exemplo, uma entrega
antecipada significa uma economia de milhões.”
De olho nesses potenciais benefícios, a
Rolls-Royce, que opera nas indústrias navais, de energia e defesa civil, entre
outras, firmou uma parceria com a Universidade de Manchester para trazer ao
Brasil um programa diferenciado de formação de gerente de projetos. A
iniciativa nasceu no Reino Unido, em 1999, de uma parceria entre a universidade
e a empresa, e foi replicada apenas em outros dois países: Estados Unidos e
Singapura.
Rolls-Royce, que opera nas indústrias navais, de energia e defesa civil, entre
outras, firmou uma parceria com a Universidade de Manchester para trazer ao
Brasil um programa diferenciado de formação de gerente de projetos. A
iniciativa nasceu no Reino Unido, em 1999, de uma parceria entre a universidade
e a empresa, e foi replicada apenas em outros dois países: Estados Unidos e
Singapura.
No exterior, o programa de mestrado já
capacitou mais de 400 alunos — 148 deles funcionários da Rolls-Royce. A
iniciativa de trazer o programa para o Brasil partiu da Universidade de
Manchester e foi abraçada pela Rolls-Royce, que patrocinará integralmente o
custo de 60 000 reais por aluno para matricular seus funcionários no curso. A primeira turma deve iniciar o
programa até meados de 2014 e as aulas serão oferecidas em parceria com uma
instituição acadêmica brasileira — a universidade inglesa está em negociações
com Fundação Getulio Vargas, Universidadede São Paulo e
Coppead (da Universidade Federal do Rio de Janeiro). Empresas parceiras da
Rolls-Royce, como Petrobras, British Gas e Embraer, também serão convidadas a
matricular alunos no programa.
capacitou mais de 400 alunos — 148 deles funcionários da Rolls-Royce. A
iniciativa de trazer o programa para o Brasil partiu da Universidade de
Manchester e foi abraçada pela Rolls-Royce, que patrocinará integralmente o
custo de 60 000 reais por aluno para matricular seus funcionários no curso. A primeira turma deve iniciar o
programa até meados de 2014 e as aulas serão oferecidas em parceria com uma
instituição acadêmica brasileira — a universidade inglesa está em negociações
com Fundação Getulio Vargas, Universidadede São Paulo e
Coppead (da Universidade Federal do Rio de Janeiro). Empresas parceiras da
Rolls-Royce, como Petrobras, British Gas e Embraer, também serão convidadas a
matricular alunos no programa.
Essa não é uma iniciativa isolada.
Segundo o PMI, o volume de cursos voltados a capacitar gerentes de projetos em
universidades brasileiras cresceu 80% nos últimos cinco anos. Mesmo assim, as
certificações ainda são uma importante porta de entrada para quem quiser
ingressar nessa carreira. O objetivo delas é comprovar os conhecimentos
técnicos e a experiência dos profissionais da área.
Segundo o PMI, o volume de cursos voltados a capacitar gerentes de projetos em
universidades brasileiras cresceu 80% nos últimos cinco anos. Mesmo assim, as
certificações ainda são uma importante porta de entrada para quem quiser
ingressar nessa carreira. O objetivo delas é comprovar os conhecimentos
técnicos e a experiência dos profissionais da área.
Há diferentes níveis e modalidades, com
diversas entidades certificadoras no mercado. Na teoria, elas são mais um
pré-requisito do que um diferencial. Mas, em alguns casos, acabam impactando na
remuneração — de acordo com a Michael Page, uma certificação pode representar
um aumento imediato de até 2 000 reais no salário do
profissional e ainda tem o potencial de abrir novas portas.
diversas entidades certificadoras no mercado. Na teoria, elas são mais um
pré-requisito do que um diferencial. Mas, em alguns casos, acabam impactando na
remuneração — de acordo com a Michael Page, uma certificação pode representar
um aumento imediato de até 2 000 reais no salário do
profissional e ainda tem o potencial de abrir novas portas.
Perspectiva para a profissão de Gerente de Projetos no Brasil:
12.000 Reais é o salário médio do Gerente de Projetos no Brasil
10% das vagas a serem abertas no mundo até 2020 estarão no Brasil
1,3 Milhão de novos postos de Gerente de Projetos devem ser abertas no Brasil até 2020
Outras habilidades
Mas, se a certificação ajuda a abrir
portas, o sucesso de um gerente de projetos na carreira depende de um conjunto
mais amplo de fatores. O conhecimento das ferramentas e das técnicas de gestão
de projetos é só uma parte do pacote. Além da capacidade de aplicar esses
recursos, o bom gerente de projetos precisa de habilidades interpessoais, como
capacidade de liderança, comunicação, negociação e empatia.
portas, o sucesso de um gerente de projetos na carreira depende de um conjunto
mais amplo de fatores. O conhecimento das ferramentas e das técnicas de gestão
de projetos é só uma parte do pacote. Além da capacidade de aplicar esses
recursos, o bom gerente de projetos precisa de habilidades interpessoais, como
capacidade de liderança, comunicação, negociação e empatia.
“Saber lidar com gente é fundamental,
pois quem entrega o projeto não é o gerente, é a equipe”, diz Alex Julian, de
35 anos, gerente de projetos, programas e portfólio do Citibank.
Pós-graduado em gerenciamento de projetos pela Fiap e certificado em Project
Management Professional (PMP)
pelo PMI, ele acredita que o bom gerente de projetos não é aquele que só
controla planilhas, mas quem se comunica bem com o time, entende seus problemas
e ajuda a resolvê-los. “É fundamental conhecer bem todos os envolvidos no
projeto para entender qual o tipo de comunicação ideal. Não adianta fazer um
relatório gigante de andamento do projeto para um diretor que vai ler no
Blackberry”, diz Alex.
pois quem entrega o projeto não é o gerente, é a equipe”, diz Alex Julian, de
35 anos, gerente de projetos, programas e portfólio do Citibank.
Pós-graduado em gerenciamento de projetos pela Fiap e certificado em Project
Management Professional (PMP)
pelo PMI, ele acredita que o bom gerente de projetos não é aquele que só
controla planilhas, mas quem se comunica bem com o time, entende seus problemas
e ajuda a resolvê-los. “É fundamental conhecer bem todos os envolvidos no
projeto para entender qual o tipo de comunicação ideal. Não adianta fazer um
relatório gigante de andamento do projeto para um diretor que vai ler no
Blackberry”, diz Alex.
Durante a implementação de um projeto
de integração da plataforma de negociação da BM&FBovespa com a bolsa de
Chicago, ele criou um jornalzinho impresso para comunicar o andamento do
processo a todas as áreas envolvidas. “Isso fez com que pessoas que estavam lá
no fim da cadeia, que estavam fora das discussões mas que seriam afetadas pelas
mudanças, entendessem o que estava acontecendo e pudessem trazer
contribuições”, diz Alex.
de integração da plataforma de negociação da BM&FBovespa com a bolsa de
Chicago, ele criou um jornalzinho impresso para comunicar o andamento do
processo a todas as áreas envolvidas. “Isso fez com que pessoas que estavam lá
no fim da cadeia, que estavam fora das discussões mas que seriam afetadas pelas
mudanças, entendessem o que estava acontecendo e pudessem trazer
contribuições”, diz Alex.
Situações extremas
A capacidade de lidar com a pressão é
outro pré-requisito desse profissional. O brasileiro Ricardo Vargas, de 40
anos, diretor do Grupo de Práticas de Gestão de Projetos Sustentáveis do
Escritório de Serviços de Projetos das Nações Unidas, sente isso na pele todos
os dias. “O papel de um gerente de projetos é sempre buscar eficiência. A
diferença é que, na iniciativa privada, o fracasso significa perder dinheiro. Aqui pode significar vidas.”
outro pré-requisito desse profissional. O brasileiro Ricardo Vargas, de 40
anos, diretor do Grupo de Práticas de Gestão de Projetos Sustentáveis do
Escritório de Serviços de Projetos das Nações Unidas, sente isso na pele todos
os dias. “O papel de um gerente de projetos é sempre buscar eficiência. A
diferença é que, na iniciativa privada, o fracasso significa perder dinheiro. Aqui pode significar vidas.”
À frente de uma equipe de 300 gerentes
de projetos e de um orçamento de 1 bilhão de dólares, ele é responsável por
iniciativas que vão desde construir uma estrada no Afeganistão até erguer uma
escola na África. “A pressão é 24 horas por dia. Ninguém liga para dizer que
está tudo bem”, diz Ricardo. A chave para o sucesso na profissão, de acordo com
Ricardo — que antes de ser convidado para assumir o posto nas Nações Unidas
liderou projetos de dezenas de bilhões de dólares em companhias privadas como
Gerdau, Bradesco e Andrade Gutierrez —, é ter capacidade de liderança e visão
do todo. “O técnico não precisa ter sido o jogador mais brilhante. Ele tem de
entender como o jogo é jogado e criar modelos de incentivo para que os
jogadores trabalhem como um grupo, e não como um bando desordenado”, diz
Ricardo.
de projetos e de um orçamento de 1 bilhão de dólares, ele é responsável por
iniciativas que vão desde construir uma estrada no Afeganistão até erguer uma
escola na África. “A pressão é 24 horas por dia. Ninguém liga para dizer que
está tudo bem”, diz Ricardo. A chave para o sucesso na profissão, de acordo com
Ricardo — que antes de ser convidado para assumir o posto nas Nações Unidas
liderou projetos de dezenas de bilhões de dólares em companhias privadas como
Gerdau, Bradesco e Andrade Gutierrez —, é ter capacidade de liderança e visão
do todo. “O técnico não precisa ter sido o jogador mais brilhante. Ele tem de
entender como o jogo é jogado e criar modelos de incentivo para que os
jogadores trabalhem como um grupo, e não como um bando desordenado”, diz
Ricardo.
Fonte: Revista VOCÊ S/A – Texto: Daniela Moreira
Muito interessante! O texto ajuda quem está iniciando no mundo dos projetos, como eu.